Não existem registros históricos sobre o início da tradição. Assim, o que existem são algumas hipóteses. O chef pâtissier Cesar Yukio acredita que o hábito é baseado na Bíblia, no capítulo 17 do primeiro livro de Reis; nele, o profeta Elias pede um bolo a uma mãe que passa fome com seu filho como prova de abnegação. A mãe possui apenas um resto de farinha e de azeite numa panela e acredita que disso sairia sua última refeição com seu filho. Por fim, o profeta recebe o bolo e não deixa faltar comida à mão até o dia em que houve chuva e a terra voltou a ser fértil.
Já a confeiteira Lu Amorelli diz que a tradição surgiu na Grécia Antiga. “Antigamente, o bolo era todo branco para representar a lua, e as partes simbolizavam uma fatia do céu para os aniversariantes”, diz. A profissional pontua que o primeiro pedaço ficava em um altar, reservado para a pessoa mais importante do evento.
Seja qual for a versão oficial da história da tradição e como ela se apresenta em diferentes países, o que se sabe é que o costume é uma marca brasileira que não falta nas festas de aniversário, seja de adulto ou de criança.
Recentemente, fez sucesso fora do Brasil um vídeo em que um garoto, fazendo aniversário, entrega o primeiro pedaço de bolo ao seu irmão, que chora, emocionado. Veja aqui. Outro caso foi o do Murilo, que dedicou o primeiro pedaço a seus amigos garis que limpam a calçada de sua casa à noite, no Parque São Paulo. Veja a notícia completa aqui.
Vendo casos assim, temos vontade de fazer aniversário todos os dias só pra valorizar nossa tradição, não é mesmo? O coração fica quentinho. Afinal, é muito bom saber que um gesto tão simples possui um significado tão grande para nós. Mesmo ficando nervosos na hora do parabéns, sem saber o que fazer com as mãos, e confusos sobre pra quem daremos o primeiro pedaço, sabemos que esses são momentos inesquecíveis.
fontes